
As Sociedades de Propósito Específico que visam Aquisição, ou SPACs na sigla em inglês, vêm ganhando popularidade nos últimos meses, com SPACs listadas nos EUA levantando mais de US$ 12 bilhões no primeiro semestre de 2020. Mais de 50% dos IPOs listados na NYSE durante esse período foram de SPACs. A bolsa de valores de Nova York registrou 82%, ou US$ 8,8 bilhões de recursos provenientes de IPO de SPACs nos EUA, incluindo grandes empresas de private equity como sponsors, tais como Apollo Global Management, Blackstone, TPG Capital, e o braço de venture capital do hedge fund Third Point.
Esses veículos de investimentos blank-check facilitam parcerias entre os referidos “patrocinadores” (sponsors) financeiros e as empresas privadas, por exemplo, oferecendo às empresas familiares, uma opção de rentabilização, com menor dificuldade e complexidade do que um IPO tradicional. Podemos mencionar várias vantagens para uma SPAC, tais como um acesso mais rápido e mais fácil ao capital, bem como maior potencial de avaliação. Obviamente, existem desvantagens, incluindo uma falta de cobertura de pesquisa que os bancos geralmente produzem após a subscrição de oferta pública de uma empresa; essencialmente, as equipes de pesquisa e de venda de participações dos bancos de investimentos ajudam a ampliar a história de investimento de uma empresa que abriu seu capital recentemente. As SPACs também podem apresentar uma baixa liquidez de negociação, o que pode representar um obstáculo ao atrair novos investidores. Outra desvantagem seria uma base acionária inicial que geralmente não possui o nível do setor ou o conhecimento geográfico que muitas empresas buscam em um “patrocínio” de investimento visando sustentar sua avaliação de mercado.
O que é uma SPAC? A SPAC é uma empresa fictícia listada em bolsa, sem operações ou ativos na época de sua organização. Não possui um objetivo definido, exceto buscar a aquisição de um ativo, com os recursos que foram levantados. Na maioria dos casos, uma SPAC é administrada por um sponsor, seja um hedge fund ou grupo de private equity que levanta os recursos necessários para a entidade por meio de um IPO. Esses recursos são utilizados na aquisição de um ativo que seja compatível com a estratégia de investimento da SPAC, que poderá designar um setor-alvo ou região geográfica, embora algumas SPACs abram capital como investidor generalista, sem uma estratégia definida. Em poucas palavras, as SPACs oferecem aos acionistas a oportunidade de participarem na aquisição de um ativo que talvez eles não tenham conseguido investir em outras circunstâncias.
A fabricante de espaçonaves Virgin Galactic Holdings (NYSE: SPCE) de Richard Branson e a empresa de fantasy games, DraftKings (Nasdaq: DKNG) estão dentre as empresas que se fundiram com SPACs nos últimos anos, e se tornaram empresas listadas nos EUA. No entanto, nem todas as empresas que abriram capital por meio de transações blank-check estão domiciliadas nos EUA. A Tecnoglass (Nasdaq: TGLS), fabricante colombiana de vidro arquitetônico, foi adquirida por uma SPAC em 2013. Em 2017, a Riverstone, uma empresa de private equity, patrocinou a primeira SPAC listada na América Latina, a Vista Oil & Gas (BMV: VISTA), que negocia suas ações na bolsa de valores mexicana. No início de 2019, a Bioceres Crop Solutions (NYSE: BIOX), uma provedora de tecnologias de produtividade agrícola, sediada na Argentina, fundiu-se com uma SPAC. Em 14 de julho de 2020, a HPX Corp., (NYSE:HPXU), SPAC liderada por Bernardo Hees, é a primeira SPAC a concentrar investimentos em ativos brasileiros, levantou US$ 220 milhões em um IPO subscrito em excesso.
Atualmente, existem 71 SPACs no mercado em busca de empresas-alvo, cinco das quais estão em busca de aquisições na América Latina, segundo dados da SPACInsider, um website voltado a esse setor.
Por que vender um negócio para, ou fundir-se com uma SPAC? Existem alguns benefícios distintos para uma empresa fundir-se com uma SPAC. Primeiro, essa estrutura, permite uma empresa evitar o processo convencional de um IPO, que pode ser relativamente dispendioso, exaustivo e estressante para a administração. Segundo, pode fornecer capital em uma época em que o mercado de capitais pode não ser ideal para sustentar um IPO. Finalmente, a reputação e a experiência do sponsor da SPAC pode exercer um efeito relevante sobre a avaliação, já que a empresa adquirida pode se beneficiar com o “efeito halo” de um sponsor de renome; as empresas mencionadas acima, por exemplo, são muito conhecidas por serem investidores astutos. Em termos de perspectiva, a combinação entre um estabelecido banco de Investimentos ou empresa de private equity e um executivo experiente com habilidades operacionais comprovadas geralmente tem alcançado maiores avaliações para o veículo listado.
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